quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Monstros fardados

A tv Gazeta mostrou ontem o vídeo que flagrava um espancamento feito por agressores fardados policiais a um travesti, durante uma parada gay em um município do interior do Estado. Quanta truculência!

As cenas não são apenas chocantes. Elas causam revolta. O travesti é carregado como um porco, um bicho morto, por dois policiais. Um o suspende pelas calças, enquanto outro puxa pelo cabelo. E não para por aí. Eles jogam o homem no chão e, neste momento, um terceiro policial o arrasta por uma das pernas. Que demontração barata de poder. Que abuso de poder!

Cenas como aquela me fazem temer mais os policiais do que os bandidos. Ou os policiais bandidos.

O mais revoltante da matéria é a sonora do sub-comandante do batalhão de Penedo. "Em parte, um excesso pela polícia militar". Em parte, oh, Deus!? Ele continua, dizendo que "aquilo que a gente vê não é aquilo que aconteceu alí" e diz ainda que os policiais foram agredidos verbalmente - verbalmente! - pelo travesti. Por isso, o show de barbaridades contra o homem que, vejam só, ainda foi apontado por agressão, por chutar os policiais ao tentar se defender. E, pra finalizar, ainda diz que será aberta uma sindicância para apurar o caso.

- Durante essa sindicância eles vão responder livres, ainda trabalhando, ou serão afastados? - perguntou o repórter.
- Eles vão responder trabalhando - respondeu o sub comandante.

Coisa feia! Precisamos de uma polícia mais humana. Afinal, é gente tratando com gente. Não se impõe respeito e admiração com atitudes como esta. Lembro que, uma vez, liguei na corregedoria pra falar justamente sobre esses casos de abusos de autoridades policiais. Na ocasião, a pessoa que me atendeu disse que havia mais de 10.000 ocorrências deste tipo sendo apuradas. Dez mil.

Há umas duas semanas mesmo, uma mulher procurou a tv pra falar sobre um espancamento que ela sofreu de um policial dentro de casa, na frente dos filhos. E ainda foi presa.

São monstros armados, sem preparação para tratar com gente. São monstros.

A matéria do Thiago Correia - excelente repórter! - está nesse link, ó: http://gazetaweb.globo.com/v2/videos/video.php?c=4917

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Assinatura/aterro

A ordem de serviço do novo aterro sanitário foi marcada por incertezas. Não se sabe quando as obras começam, muito menos quando ficam prontas, bem como os impactos ambientais que ela causará na área. Também é incerto o futuro das famílias que, há quarenta anos, dependem do lixão para sobreviver, já que ele vai sumir do mapa (ps.: também não se sabe aonde vão colocar a montanha de lixo).



Enfim, a prefeitura fez um auê, colocou jornalistas pra ir pra caixa prego (o caminho era tão ruim que uma emissora chegou a ter o carro quebrado) cobrirem um evento que não levava nada a lugar nenhum.
Depois da assinatura (que nem coloquei na matéria, porque não cheguei a tempo) desci pra Guaxuma, porque lembrei que os moradores são contra a construção do aterro. Saí perguntando na rua quem era o líder comunitário e cheguei até essa senhora da matéria.
Mesmo com a edição capenga (tinha sonoras muito melhores pra usar), gostei da matéria.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Teje preso!

Engraçado como esse pessoal de site acaba adquirindo uma linguagem policialesca nas matérias cotidianas. Abri um site desses e desci o scroll analisando as manchetes. Antes de assustar com a violência que impera na cidade (cadê o Rubim?), parei pra simplificar o que li.

Comerciante é interceptado e rendido por assaltantes
Ou seja: Comerciante é assaltado

Universitário tem veículo tomado durante assalto
Ou seja: Carro de universitário é roubado

Ponta Grossa: ônibus é atacado por assaltantes
Ou seja: Passageiros de ônibus são assaltados

Policial civil dispara tiros em via pública contra vigilante
Ou seja: Policial civil atira em via pública contra vigilante. (Com um pouco mais de calma, dá pra achar um termo pra substituir “contra vigilante”)

Atualizado em 19.08.2009 - Podia ser também "Policial atira em vigilante no meio da rua"

E, depois pensei “quanto assalto!”. Ta perigoso.