Sábado passado – provavelmente por uma pane no sistema – aconteceu uma série de erros no Jornal Hoje que, na ocasião, estava sendo apresentado por Zileide Silva. Isso levou o rosto da jornalista a estampar a cara dos sites de compartilhamento de vídeos, com pessoas a ridicularizando, outras defendendo, umas apoiando e algumas apenas rindo. O vídeo ganhou notoriedade e também foi parar nos programas de humor.
Todo esse reboliço deu pauta a uma discussão em sala de aula sobre os erros cometidos por UMA pessoa ou UMA falha técnica que acabam acarretando numa série de outros erros humanos ou técnicos. Um efeito dominó, que vai derrubando um a um até chegar à peça principal: O apresentador. Este sim, pois está representando a imagem de toda uma equipe ao telespectador. Ao mesmo tempo, está vulnerável aos erros dessa equipe e dos instrumentos operados por ela.
Eu estagio em uma emissora de televisão e essa semana resolveram mudar o sistema com o qual elaboramos o telejornal. É um sistema muito mais inteligente e rápido, mas um pouco complicado para marinheiros de primeira viagem e, diga-se de passagem, éramos todos marinheiros experimentando pela primeira vez um programa de computador totalmente novo. Passamos o dia inteiro sem maiores problemas. Umas poucas dúvidas que logo eram esclarecidas e lá estava o jornal, ao meio dia, pronto para ir ao ar. E foi aí que o bicho pegou.
Começamos com um erro no áudio. Um zumbido irritando, um chiado alto. Reinicia a máquina, adianta o jornal – o tal do “break de emergência” – e tenta arrumar a solução. Três pessoas tentando consertar o áudio. Trinta segundos depois – o que já é uma eternidade quando falamos em TV – e o problema foi solucionado. E vamos ao jornal. Começa o jornal sem a escalada – as principais manchetes – como é o de costume. Tivemos que improvisar e passar as manchetes do tele prompter. O tele prompter, ou TP, é um recurso usado que mostra ao apresentador o texto que ele tem que falar. Ele lê o TP e não precisa ficar olhando para o papel. Isso é, quando o TP não dá problema. E hoje deu.
O software do TP também é novo. A mudança foi devido à mudança do sistema. Mudou o sistema, mudou o TP. Como tudo o que é novo e não é exaustivamente testado, estava mais suscetível a falhas e, como diz a Lei de Murphy: “se alguma coisa puder dar errado, ela vai dar errado”. O TP falhou.
Instalou-se um clima explosivo naquela sala apertada e fria. Cinco pessoas gritavam para a apresentadora ler o papel, outras duas gritavam com o técnico pra que ele pudesse consertar o TP e uma gritava comigo, pra eu reiniciar a máquina o quanto antes. Máquina reiniciada e vamos ao texto novamente.
Sem dúvida, a melhor hora do dia de hoje foi a subida dos créditos. Alívio para todos.
NOTA: Descobri depois, numa pesquisa mias aprofundada pelo caso da Zileide, que ela se atrapalhou com a lente de contato, que saiu do lugar. Por isso é que é melhor apresentar de óculos!
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