sexta-feira, 25 de abril de 2008

Descanse em paz. Pergunte-me como!

Volto a criticar a imprensa. Volto a me irritar com algumas coisas. Assim como o Brasil inteiro, fiquei chocado com o que aconteceu com Isabella Nardoni, a menininha de cinco anos que morreu estrangulada e blá blá blá. É lógico que choca. É revoltante, é assustador, mas que cobertura massante é essa por parte da imprensa?
A Record passa a manhã inteira tocando no assunto. O Fala Brasil, só fala da Isabela. Enquanto o Hoje Em Dia está no ar, tem Isabela Nardoni. Se vai pro Jornal da Record, tem Nardoni.
A Globo também. No Jornal Nacional, antes do "boa noite", tem Nardoni. Jornal Hoje então, nem se fala. Ou melhor, SÓ SE FALA nisso!
Na Band News também só dá Isabella. Das 24 horas de notícias, vai lá, 10 são da Isabela.
Eu pergunto as pessoas ao meu redor, ninguém aguenta mais ouvir falar da pobre menina Isabela. Se ligam a tv, escutam "Isab...", já mudam de canal. Isso quando não dão azar de o outro canal estar na parte do "Nardo...". E aí trocam de novo.
É um fato importante. É uma acontecimento que chama atenção. Mas o mundo não é só Isabela Nardoni. O mundo tá aí em "crise alimentícia", o arroz tá os olhos da cara, mas os Nardoni não perdem pauta pra ninguém. Cartão coorporativo? Oi? Dilma Roussef? Quem? Presidente Lula? Ah, aquele barbudinho, né?
E só respondendo ao título do post: Desse jeito, não tem quem descanse em paz.

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Peeeeega, Janderlyer

Os empréstimos irregulares feitos por deputados estaduais e pagos com o dinheiro da Assembléia Legislativa de Maceió vêm dando o que falar no Estado. O primeiro a depor, foi o deputado Paulão, do PT. Ontem, antes de ser ouvido pelo delegado Janderlyer Gomes, da Polícia Federal, ele garantiu à imprensa que o empréstimo foi pago com dinheiro próprio e não com verba de gabinete da Casa de Tavares Bastos. Foi indiciado.

Em 16 de abril, em entrevista ao radialista França Moura, Paulão disse “Eu faço um desafio: se o inquérito comprovar que eu paguei o empréstimo com a GAP (Gratificação de Assessoria Parlamentar), eu renuncio ao meu mandato”. Já ontem, depois de ser indiciado, um repórter da TV Gazeta perguntou se ele defendia o seu próprio afastamento, já que ele defende o afastamento de todos os parlamentares com nomes envolvidos na operação Taturana. Ele desconversou: “Meu caso é diferente”. Provavelmente, na visão dele, ser indiciado pela Polícia Federal por usar verba ilegal seja muito diferente de “desvio de verbas”, como é o caso dos Taturanas.

Hoje é a vez do atual prefeito da cidade, Cícero Almeida, do PP – o prefeito forrozeiro, como é conhecido – prestar esclarecimentos a Janderlyer Gomes. Em entrevistas, Almeida disse que fez o empréstimo quando era deputado em 2003, mas o dinheiro teria sido repassado ao então deputado estadual e hoje federal Francisco Tenório, do PMN, para montar uma fábrica de derivados de leite. É, talvez tenha chegado a hora de o prefeito forrozeiro dançar.

Outros depoimentos aguardados são o do deputado estadual Marcos Barbosa (PPS), a ex-deputada estadual Maria José Viana e o ex-presidente do Sindicato dos Servidores da Assembléia Legislativa de Alagoas, Aroldo Loureiro. Todos acusados, assim como Paulão e Cícero Almeida, de pagar empréstimos com verba ilícita.

Basta esperar pra ver o circo pegar fogo. Ou não.

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Secretaria de Saúde apresenta soluções para o combate à dengue

A prefeitura municipal de Maceió disponibilizou oito unidades de saúde só para receber pacientes com suspeita de dengue. Os postos funcionam das sete da manhã às dez da noite nas unidades Pan Salgadinho, Bebedouro, Dique Estrada e nas unidades de saúde da Pitanguinha, João Paulo Segundo, Ib Gatto Falcão, Benedito Bentes e Graciliano Ramos. Os postos servem para impedir a evolução e diagnosticar os casos e tipos de dengue, para que sejam tomadas providências de imediato.
Cada equipe dos centros é formada por um médico, um enfermeiro e dois auxiliares, que se revezam durante vinte e quatro horas, preparados para, além de tratar, conscientizar e alertar a população local aos riscos da doença e prevenções que devem ser tomadas para evitar a dengue.


PROCEDIMENTO
O paciente dá entrada na unidade e é atendido e medicado. Depois, fica em estado de observação, quando é feita uma coleta de sangue para estudo, sendo liberado, em média, duas horas e meia após ter sido atendido. Em casos mais graves, quando é preciso fazer hidratação, o tempo de observação é um pouco maior, mas não se faz necessária, normalmente, a internação do paciente. Na maioria das vezes ele é atendido, medicado e recebe alta, podendo voltar em seguida se os sintomas persistirem.


DISK - DENGUE
Existem planos de criação de uma ouvidoria, o Disk Dengue. Um serviço gratuito que a população pode usar tanto para denunciar focos de dengue na casa dos vizinhos ou na via pública quanto para queixas clínicas. Enquanto o serviço ainda não está disponível, a secretaria disponibilizou os números 3315.5457 e 3315.5455 para ouvir a população.

Todas essas ações servem para desafogar o hospital Helvio Alto, que estava sobrecarregado com casos de suspeita de dengue.


NOTA: Matéria escrita com base nas informações levantadas na entrevista do Secretário Municipal de Saúde ao programa Alagoas Na Hora

sexta-feira, 4 de abril de 2008

"UMAS LINHAS A MENOS, UMAS PUBLICIDADES A MAIS" - a nova receita de bolo

Texto elaborado na faculdade, para uma prova, respondendo à pergunta "existe liberdade de expressão?"


Dizer que a imprensa é livre é o mesmo que dizer que a justiça é cega. Sim, a liberdade de expressão é, de fato, um mito. Jornalisticamente falando, vivemos num mundo em que a sonhada "liberdade de imprensa" só fala mais baixo que a "liberdade de empresa".


A ideologia criada em torno do profissional que fala e escreve tudo o que vê e ouve é constatemente abafada pelos interesses pessoais, políticos, sociais e econômicos de seus patrões, esses sim, os que mandam na notícia.


O texto daquele jornalista neutro passa pelo crivo do editor, que certamente é o porta-voz do dono do veículo em questão.


É uma ditadura branca. Uma censura camuflada com textos, por vezes, totalmente deturpados em vista ao que saiu de seu criador. No lugar da já manjada receita de bolo da época da ditadura, umas linhas a menos umas publicidades a mais e lá está o jornal do dia: Diagramado, "redondinho", nas bancas. Exatamente como manda o figurino. E das bancas, direto ao leitor.


Leitor esse que se ilude, coitado, achando que consome o jornalismo constituído da verdade limpa, nua e crua, quando, na verdade, senta-se à mesa com o caderno diário enxarcado da visão política que eles, os "que mandam na notícia" querem que a população adote.

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Ontem foi a Colação de Grau do meu pai. Fiquei bem orgulhoso pelo coroa. Emocionado também, por que não?
Vi a entrada dos formandos (malditos aplausos que não acabavam), o orador falando coisas bonitas, o juramento, os nomes esquisitos (Apoliana, Rogers...) a diretora da faculdade colocando um potinho de margarina (?) sobre a cabeça deles, dizendo alguma coisa e sorrindo.
Isso me fez gerar espectativas, afinal, não vai demorar muito- eu espero - para que eu esteja alí, recebendo os apalusos intermináveis, ouvindo as palavras bonitas do orador, cansando o braço por causa do juramento, recebendo potinho de margarina na cabeça e, sim, finalmente, jogando a toga pra cima, em sinal de "É. Agora eu sou alguém na vida".
Mas, muito além disso, espero poder olhar pra os meus pais que, com certeza, estarão orgulhosos de mim. Espero que estejam com o peito estufado, vendo que aquela cria deu certo.
Espero poder olhar pra minha avó, que tanto investiu em mim, na minha carreira (faculdade, fono, curso de italiano... tudo isso custa uma fortuna). Espero poder procurar naquela platéia e encontrar seus olhos, cheios de lágrimas de felicidade.
Ainda faltam dois bons anos. Por enquanto, só me resta esperar...