Imagine que você é, vamos ver, um vendedor de loja. Você tem uma meta a bater e vai trabalhar um mês inteiro na direção dela. O último dia do mês chegou e você ainda não bateu a cota, mas sabe que uma peça de roupa vendida pode salvar seu pescoço. Então, usa toda a sua lábia, gasta litros de saliva tentando convencer àquele cliente chato de que o produto é o melhor da região. O cliente vai embora com o produto e você fica radiante porque, enfim, você conseguiu atingir a meta que os seus superiores exigiam. Mas, um problema técnico que independe de você apareceu e, como num passe de mágica, todos os dados sumiram do computador. Sim, todas aquelas incontáveis horas vendendo produtos, todos aqueles clientes chatos, todos os sorrisos forçados que você deu pra fidelizar um cliente foram em vão. Você trabalhou pra nada.
Agora, mudemos de cena. Você virou um atendente de telemarketing. Daqueles de tirar dúvidas e ouvir reclamações. Você acordou duas horas da manhã e vai entrar no trabalho às três da madruga - malditos serviços vinte e quatro horas. Um dia antes você tinha chegado em casa morto, acabado, maltrapilho, cansado. Não recarregou totalmente as energias mas tava dando um jeito, afinal, é seu trabalho. E aí você chega no local, dá bom dia - ou boa madrugada - pra todo mundo, senta na sua cadeirinha, põe o fone no ouvido e... "opa, o que acontece com a linha?". É, a linha caiu. Você não pode voltar pra casa porque tem que esperar o sistema voltar ao ar, não pode dormir porque alí é local de trabalho e tudo o que você queria era não ter levantando da cama. Você fez a maior força pra chegar ao trabalho e não conseguiu trabalhar.
É mais ou menos como trepar e não gozar - perdoem a comparação. Você se sente desvalorizado, revoltado, humilhado de ter passado o dia inteiro com equipe na rua, equipe na base, um milhão de ligações no telefone, um monte de gente falando ao mesmo tempo com você, três televisores ligados e você atento a tudo o que a concorrência tá colocando no ar, na expectativa de fazer melhor, de dar o melhor de si, no comprometimento de que aquilo PRECISA ir pro ar. Chega na hora, pufff: "A toaster queimou. Não tem jornal".
Infelizmente, é coisa nossa.
É mais ou menos como trepar e não gozar - perdoem a comparação. Você se sente desvalorizado, revoltado, humilhado de ter passado o dia inteiro com equipe na rua, equipe na base, um milhão de ligações no telefone, um monte de gente falando ao mesmo tempo com você, três televisores ligados e você atento a tudo o que a concorrência tá colocando no ar, na expectativa de fazer melhor, de dar o melhor de si, no comprometimento de que aquilo PRECISA ir pro ar. Chega na hora, pufff: "A toaster queimou. Não tem jornal".
Infelizmente, é coisa nossa.
2 comentários:
Adorei! Simplismente adorei. Eu entendo tudo isso, mais fazer o que, dependemos das "maquinas" também. Bola para frente, pois isso irá acontecer novamente.
Hhuahauhauhau...muito bom! Pois eh, passei por isso sábado passado lah no interjornal, lah tô eu, morrendo de sono, mas trabalhando, qnd "Puf" a energia caiu! aaiii q raivaaaaaaaaaa. huahauhauhua...Mas eh isso mesmo, eh tipo: "levanta pra cair de novo!" huahuahauhua... beijoo amor!
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