quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Millane Hora - Mais Perto

Sempre tive vontade de ir aos shows do Sesc Centro, mas nunca lembrava. Hoje, ao entrar num site de notícias, uma d

as chamadas de capa dizia: “Millane Hora no Quartas Musicais”. Estava ali um bom motivo pra sair de casa numa quarta a noite.

Já conhecia o trabalho da alagoana. Ela participou de uma edição dos programas Fama, da Globo e Ídolos quando este ainda era no SBT. Baixei uns MP3 dela e sempre ouvi e divulguei, mas nunca havia estado num show dela.

E, vou contar, como me arrependi de não ter ido antes! Assisti e fotografei o show ‘Mais Perto’, nome de uma música que está no futuro novo álbum, composta por Rodrigo Avelino, que subiu ao palco para cantar esta música com ela. “Rodrigo é um monstrinho. A gente entrega uma palavra e ele compõe uma música”, brincou ela. E que música!

O show da Millane é sexy. As letras são sexy. A Millane é sexy. Até o cenário, com velas penduradas, é sexy. Entre músicas consagradas da MPB, ela intercalou faixas que estarão no novo disco e arrancou muitos, muitos aplausos, por vezes acompanhada de amigos.

“Fazer show em casa tem dessas coisas. A gente chama um monte de amigo”, contou ela, antes de chamar uma jovem de 16 que deixa muita cantora por aí no chinelo. Nem o nervosismo deixou que ela segurasse a voz. Millane ainda chamou a sua backing vocal para a frente do palco, além de Rodrigo Avelino, que ficou boa parte do show dando apoio na guitarra.

Ao chegar em casa, passando as fotos para o computador, ouvi a final do programa Ídolos, na Record, e pensei: Como é que a Millane não ganhou isso?

Mas já?

Eu não lembro bem o dia, mas acho que era fim de janeiro. O ano, esse eu lembro, era 2006. Uma professora baixinha, loira de olhos verdes bem escuros pôs uma pastinha em cima da mesa e, ao lado de um projetor de slides (aquele que tem que faz 'tec tec', dos tempos do ronca) disse a quem quisesse ouvir: Bem vindos ao primeiro dia do resto de suas vidas.

Aquilo me assustou. Meu Deus, na próxima Copa do Mundo eu já seria um jornalista. Passado o primeiro impacto com o prefácio da vida real, os quatro anos que se seguiram foram passando. Amizades foram surgindo, sumindo, transformações importantes aconteceram na minha vida, na minha família e, principalmente, na vida profissional que ainda nem tinha chegado de fato.

Como um relâmpago, os quatro anos passaram e quando dei por mim, PUF! Já me vi em pé, apoiado no púlpito bambo, de madeira, encarando minha orientadora, dois professores caxias e meia dúzia de pessoas, apresentando um trabalho que marcaria o ponto final na minha vida naquela instituição. Estava nervoso, claro. Tremia, tossia, contava os minutos enquanto explicavaslide por slide. Mas passou. Passei.

A leitura da ata parecia uma sentença de morte até chegar a parte do 'a banca decidiu (pausa dramática!) aprovar o Trabalho...". Nem me preocupei com nota. Quatro anos entrando naquele lugar, aguentando professor preguiçoso que não queria dar aula e alunos que não queriam assistir; Mas também tive a oportunidade de conviver com grandes profissionais (Claudio Jorge, Socorrinho, Lídia Ramires, Roberto Amorim, Rejane, Dawisson, Rogério Xavier e, claro, Rachel Fiuza), que tronavam as idas à faculdade muito prazerosa.

Sim, porque, quando assim não era, pegava o carro e saía com amigos (Angela, Thayse, Técia, Max...) pra comer alguma coisa, tomar sorvete, enfim, passear pra matar tempo (e aula!).

E os trabalhos? Umas coisas legais, mas, outras que ninguém merecia. Tenho sorte, no entanto, de nunca ter perdido um minuto de sono sequer por causa deles. Muito menos de ter que virar a noite por causa da prova do outro dia. Isso não.

Enfim, acabou. Que venha o mercado. Eu estou pronto para ele.

sábado, 12 de dezembro de 2009

Eles4

O que os cantores principais da banda Nós4, Hebert Viana e Nando Reis têm em comum? Eles poderiam ser mudos.

Durante o show que o quarteto pernambucano (que, na verdade, é um sexteto) fez em Maceió no fim de semana, a voz embargada do cantor e a anasalada da cantora não conseguiram segurar, animar ou empolgar as menos de 200 pessoas que estavam no local. Olhando pela platéia, se via um tímido balançado de corpo, daqueles que se faz para não perder o dinheiro do ingresso.

Ricardo Chacon, o cantor principal, subiu ao palco usando óculos escuros, o que seria totalmente normal e aceitável num show sob sol, o que não acontecia. O que se via era uma antipatia e um comportamento meio desviado, atordoado.

Falando em estilo, convenhamos, não se pode negar que isso é algo que a Nós4 tem. A formação de palco é legal, bonitinha, e o set list com releituras bem feitas mostram o motivo do sucesso do grupo, mas para por aí.

No show, mal dava para entender o que se ouvia. Não sei se o volume do baixo estava alto (contraditório, não é?), se os microfones dos cantores estavam baixo ou se o piano é quem era o culpado do barulho. Só sei que tinha alguma coisa desregulada, o que não aconteceu, aliás, no ótimo show da banda $ifrão, que antecedeu o dos pernambucanos.

O quarteto-formado-por-seis, na verdade, é mal acabado. Com umas aulas de canto (ou outras vozes), uma pitada de simpatia e um som mais audível, eles chegam lá. Seja lá onde for.

Em tempo: que me desculpem os fãs dos outros cantores citados acima. Nada contra eles (muito menos contra a Nós4), são apenas referências. A diferença, no entanto, é que Viana e Reis compensam a voz desafinada com ótimas composições.