sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Sensibilidade

Hoje, eu estava vindo pra casa em companhia de um conhecido. Ele é Major do Corpo de Bombeiros de Alagoas, pai de meus dois primos e também faz jornalismo na minha faculdade - embora ele já tenha trancado o curso um milhão de vezes. Admiro muito o trabalho do Corpo de Bombeiros e acredito que eles poderiam ser mais respeitados pelas autoridades e sociedade. Mas esse não é ponto.
Durante a conversa, justamente falando sobre o trabalho dos bombeiros, ele me relatou um caso que me deixou meio de queixo caído. Segue o relato, que foi mais ou menos assim:

"Uma vez a gente estava indo fazer o caso de um rapaz que sofreu acidente de moto e, na pancada, perdeu a perna. Na hora. A perna dele voôu. Chegamos lá, prestamos o socorro, o colocamos na viatura do Corpo. Enquanto isso, outra pessoa foi buscar a perna, que tinha voado longe. Me impressionei quando vi que o cara, que já estava na coorporação há um bom tempo, pegou a perna do motoqueiro e colocou embaixo do braço como se fosse um pedaço de pau."

Eu fiquei horrorizado imaginando a cena. Por mais que o seu trabalho seja assim, nunca se pode deixar a sensibilidade de lado. O lado humano não pode ser esquecido. Era uma PERNA, poxa.
Acho que quando você, num trabalho desses, perde a sensibilidade, é hora de ser encaminhado pra algo menos "humano". Vai pra contabilidade, administração... O Major também acha assim: "No outro dia, encaminhei ele pro psicólogo".

2 comentários:

Anônimo disse...

Putz, fala sério! Sempre achei q esse pessoal q trabalha com essas situações fosse um pouco "frio", mas UM POUCO, neh?! ai tb já é de mais!

Bruno disse...

Afe, mas vai por mim... depois de um tempo a gente percebe que a sensibilidade atrapalha nesses casos.
Meu pai trabalhava com adolescentes infratores, nunca perdeu a sensibilidade, o carinho e principalmente a fé que tinha nos pivetes, mas depois de um tempo, rebelião e facadas ficaram normais. "É da natureza deles".
By the way, eu sou amigo da Tecinha ela me passou teu blog.
Abraço!